Esses vascaínos são mesmo uns
psicopatas. Na maior cara de pau, e certos da impunidade, me acusaram de
arrogância e soberba quando escrevi aqui, num humilde bloguinho de uso
recomendado apenas para rubro-negros fechados com o certo, que o jogo
com a nossa baranguete todo ano era a mesma coisa. Uma tremenda
injustiça comigo. Felizmente os fatos e a longa série histórica de
chacoalhadas épicas aplicadas pelo Flamengo com impressionante
regularidade na recalcitrante bigoduda falam pela minha humildade com
mais eloquência do que quaisquer palavras.
Pode perguntar pra um tricolor se ele
compartilha da mesma opinião sobre o comportamento da baranga em relação
a nós e ele vai responder que “todo dia ela faz tudo sempre igual”, ou se você der a sorte de encontrar um botafoguense gozando de boa saúde a resposta será “da primeira vez ela chorou mas resolveu ficar, é que momentos felizes tinham deixado raízes no seu penar”. É claro que se a pergunta for feita a um vascaíno mais esclarecido ele responderá “sofrer, não faço outra coisa da vida”.
Ou seja, é de conhecimento geral, é uma
informação difundida até entre os arcoíristas, que o bacalhau é como
carne de segunda na mesa do rubro-negro. Parece até aquele macarrão com
salsicha de domingo. Depois que virou moda a gente ganhar desses buchas
(ali pelo ano de 1923) é todo dia a mesma droga. O que não chega a ser
exatamente uma boa notícia, dada a irrelevância do adversário no cenário
do futebol mundial. O Flamengo tem que parar de perder tempo com essas
miudezas.
Esse negócio da alta e tediosa
previsibilidade dos resultados dos embates entre o Mengão e Portugália é
tão descarado que em 20 de agosto do ano passado escrevi aqui mesmo no
humildinho o seguinte:
Dorival, você está de parabéns por ter
conseguido fazer nossos mais tradicionais come e dorme soltarem as
pregas, mas avisa aí pros moleques que tudo bem catar uma baranguinha de
vez em quando, mas que não pode acostumar porque isso tira a moral. A
nossa rapaziada precisa aprender o quanto antes que a vida não pode ser
só sacudir a vasquinha, existem outras conquistas, outros horizontes e
os camisa feia não são parâmetro para nada.
Vai dizer que eu não poderia
perfeitamente ter escrito essas mal traçadas ontem à noite antes de
começar o jogo de basquete? É verdade que nos últimos tempos tenho
pegado legal no pé do Dorival. Mas ontem ele foi muito bem na escalação
do time. Vamos combinar, hoje em dia no futebol brasileiro o cara tem
que ter culhão pra meter 3 atacantes em todo jogo.
É verdade que ele deu mole nas
substituições, acertando duas e errando clamorosamente em uma, que
acabou atrapalhando uma atuação até então impecável do Renato Abreu. Mas
o saldo foi positivo. Que ele continue em evolução e pare com essa
mania besta de consertar o que não está quebrado.
O jogo começou em alta velocidade, o
ataque do Mengão é leve e corre pra caramba, os caras saíam pro jogo e
tomavam contra ataque um atrás do outro. Rafinha tava muito liso e
entortava os camisa-feiona a 3 x 4. Na primeira oportunidade real que
pintou no jogo o Hernane, tipo centroavante, meteu a nêga lá dentro. Aí o
jogo ficou mais fácil pra gente, porque os caras ficaram com medo e não
saiam mais com a bola no pé, era só aquela bicudona pra frente.
Fala do Ibson agora, corneteiro filho da
mãe! Eu falo. No meio Ibson e Elias jogaram muito bem, definiam o ritmo
dos nossos avanços e estiveram um pouco melhor que o Cáceres, que ainda
não parece estar na plenitude da forma física. Foi justamente pela boa
colocação do nosso meio campo que saiu o segundo gol. Jogada rápida, que
foi feita toda certinha. Mas esse rapaz com a 10, o Nixon, poxa, tão
novo e tão sem humildade em gol. Entrou com bola e tudo logo no primeiro
encontro com a perva. Safadinho ele.
Depois do segundo gol veio aquela
relaxada clássica, a hora do cigarrinho. A vasca percebeu que afrouxamos
e chegou junto. Eles já manjaram que a nossa defesa é meio monga nesse
negócio de cortar cruzamento e mandaram chuveirinho na área. Mais ou
menos uns duzentos. Lógico que uma hora eles iam fazer gol. Nem sei Quem
foi o mané que cabeceou, mas sei que nossos beques não subiram.
O Gonzalez é brincadeira, pula sempre
atrasado esse cara. Deve ser o fuso horário do Chile. E não tenho nada
contra o chileno, inclusive já bebi vinho chileno uma vez numa festa.
Mas o que o Gonzalez tem de bom na cobertura tem de devagar no desarme.
Quando eu digo que o Flamengo não ganha uma disputa de bola pelo alto
desde o gol do Angelim wm 2009 nêgo acha que é exagero. Não é só no
mundo animal que cruzamento é coisa séria. Não dá pra esperar que o
goleiro resolva. Ainda mais porque o Felipe, que ontem esteve muito bem,
sai do gol como se fosse uma árvore sendo abatida. Temos que ver isso
aí rapidinho, professor.
No intervalo eu cheguei a ficar com um
pouco de pena do bacalhau. Fiquei pensando na situação do Gaúcho.
Imagina, você treina o vice e tem em campo um jogador chamado Abuda. Teu
time tá tomando olé, você faz o quê? Deixa Abuda ou tira Abuda? Gaúcho
preferiu deixar Abuda e ainda mais aberto pro 2º tempo.
Aí entrou o Cleber Santana, que pode
muito bem ser titular aí nesse meio, e fez logo um golaço daqueles. Com
uns 50% do êxito do varadão de 150 km/h devidos ao ímpeto perfurador do
jovem Rafinha Bolt, que não tomou conhecimento da zagueirada de são janu
e passou por dentro deles como quis. Muito dificil pro Dedé sozinho
parar o moleque, só se viessem os outros três Trapalhões e o Sargento
Pincel pra ajudar.
Aliás, o Rafinha é o terror. O cara
estava muito encapetado e bagunçou legal com a defesa da bigoduda. Foi
muito come que ele deu nos trouxas. No quarto gol saiu lá de trás e só
parou quando a bola tava lá no fundo do barbante delas. Golaço! O Dedé –
O Mico, inclusive tá procurando o Rafinha até agora, doido pra conhecer
pessoalmente e tirar uma foto com a grande sensação do Campeonato
Carioca. Dedé, vou te dar uma dica. É muito mais fácil seguir o Rafinha
pelo twitter. Anota aí o perfil dele: @Rafinha11Lima Mas só se a sua internet for rápida, ok?
Depois do 4 x 1 o moleque deu uma
cansada e foi substituído com a certeza de que tinha arrebentado no jogo
e que tinha subido um degrau importante à beça na sua carreira. Foi
bonito ver isso. Mas aí o Flamengo se desarticulou, caiu de produção e
só pra manter a tradição maldita acabou levando o gol onomasticamente
mais previsível do ano. Quequeílson, Dakson é dose pra mamute, irmãos.
Enfim, a baranga foi finalizada, ninguém
se surpreendeu mas todo mundo se divertiu. Agora acabou a moleza,
mulambada. É hora de retomar o trabalho sério e criterioso e se preparar
com o respeito e o profissionalismo que o Nova Iguaçu merece.
Infelizmente Flamengo x Vices não é um evento semanal. Tenham um bom
Carnaval e fiquem com a letra da equilibrada Nivinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário