Tivemos acesso a documento de sete páginas que mostra detalhes da investigação e complica situação de brasileiros
O inquérito policial de sete páginas assinado pela fiscal de
investigação Abigail Sala revela o nome dos dois torcedores corintianos
indiciados como autores do disparo de sinalizador
que matou o garoto Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, durante o
jogo entre San José e Corinthians, quarta-feira, em Oruro.
De acordo com o documento, os torcedores Cleuter Barreto Barros,
conhecido como "Manaus", de 24 anos, e Leandro Silva de Oliveira,
conhecido como "Soldado", de 21 anos, foram os responsáveis principais
pelo acionamento do artefato que atingiu o menino morto.
Tevemos acesso ao documento, que
também diz que o disparo foi feito de forma premeditada, agravando a
situação desses dois torcedores. Os outros dez vão responder como cúmplices de crime de homicídio.
Cleuter Barreto Barros, o "Manaus", é um dos
acusados
De acordo com o documento, “um grupo de brasileiros que assistia à
partida, de forma premeditada e com intenção de causar dano, dispara de
forma direta um artefato explosivo contra o menor Kevin Douglas Beltrán
Espada, de 14 anos, causando-lhe a morte”. O protocolo da autópsia
confirma que a causa do óbito foi o traumatismo craniano causado pelo
impacto de um projétil cilíndrico de plástico.
O depoimento do primo de Kevin, que estava com ele na partida, dá mais
detalhes sobre o ocorrido. Jonathan Trujillo Beltrán afirma: “senti um
golpe de vento que arrancou a peruca que eu estava utilizando, parei
para ver o que havia ocorrido e vi meu primo estendido sobre uma grade
com um objeto alojado em seu olho. Chegaram policiais, levamos
rapidamente ao Hospital Obrero, e lá me disseram que meu primo havia
falecido”.
GLOBOESPORTE.COM teve acesso ao inquérito de sete páginas (Foto: Diego Ribeiro)
Cleuter Barreto Barros foi preso com três sinalizadores, um deles de
base amarela com tampa vermelha, de número de série idêntico ao artefato
que atingiu Kevin. A marca do sinalizador é “Para Red Rocket MK8A”,
modelo “Flare Signal HGS40 30000”. Já Leandro Silva de Oliveira foi
encontrado com um sinalizador que não teve a marca identificada.
Leandro Oliveira, o "Soldado", está com o braço
enfaixado (Será que queimou com sinalizador?)
Em relação aos outros dez presos, a fiscal Abigail Saba firmou em
documento que houve colaboração para que o autor do disparo e os restos
do sinalizador fossem ocultados. De acordo com o inquérito, “há
gravações em vídeo por vários canais de televisão que mostram os
torcedores levantando uma bandeira, ocultando o disparo realizado e
também os restos do projétil pirotécnico, que não são vendidos em todo o
estado boliviano”.
Dessa forma, os 12 indiciados estão respondendo por homicídio. A lei
boliviana prevê pena de 5 a 30 anos caso o delito seja intencional, e de
6 meses a 3 anos em caso de homicídio culposo, sem intenção de matar. Todos estão presos na Penitenciária de San Pedro
, em Oruro, e aguardam julgamento de recurso para saberem se poderão responder às acusações em liberdade.
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