Cada
brasileiro produz, em média, um quilo de lixo por dia. De acordo com o
gerente de conteúdos e metodologias do Instituto Akatu, Dalberto Adulis,
esse acúmulo é insustentável e precisa ser revisto. Na opinião dele, a
conscientização do cidadão passa pela educação ambiental. “O volume é
muito grande e a gente tem que repensar a questão do consumo. É preciso
ter consciência de que cada coisa que se consome tem um impacto”,
afirma.
Mariana:
incineração para gerar energia ainda é polêmica; Adulis e a necessidade
de repensar os níveis de consumo; Soto: como a Braskem reutiliza
resíduos na produção Em parceria com a Braskem,
o instituto criou a Edukatu, uma rede de compartilhamento de práticas
sustentáveis e de consumo consciente voltada para estudantes e
professores. “O interessante é que o professor é motivado a desafiar os
estudantes, que depois passam a fazer parte de uma rede com outros
estudantes”, explica. A secretária de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente,
Mariana Meirelles, falou da implementação da educação ambiental no
currículo escolar. “A nossa cidadania engatinha. A gente tem que
melhorar a educação ambiental no país que é muito precária ainda.
Quantos não falam ‘Ah, mas não vou separar o lixo porque o governo junta
tudo’. Então, o próprio cidadão ainda não percebe que parte da solução
começa por ele e é uma questão de educação muito séria no país. Mas
embora contrarie a maioria dos educadores que desejam que haja uma
disciplina específica para educação ambiental, a posição do governo já
está tomada que é de transversalidade dessa disciplina no parâmetro
curricular”, avalia. Jorge Soto complementou a discussão
indicando a experiência da Braskem no tema. “Nós também educamos os
integrantes e várias coisas passam transversalmente. Mas em algum
momento é necessário fazer um recorte, entrar com um mínimo de
profundidade para que não fique superficial. Eu acho que não é ‘ou’ é
fazer ‘e’. Não transversalidade ou um módulo único, mas os dois. Talvez
temporariamente”, defendeu.
Certificação é estímulo a mais para a produção verde, diz diretor da Braskem em debate
Mediado pelo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da
Bahia (Fieb), Irundi Sampaio, o debate realizado na manhã de ontem no
Fórum Agenda Bahia discutiu o tema Política Nacional de Resíduos
Sólidos: Desafio Imediato para Economia Verde. Participaram da discussão
o gerente de conteúdos e metodologias do Instituto Akatu, Dalberto
Adulis, o diretor de sustentabilidade da Braskem, Jorge Soto, e a
secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do
Ministério do Meio Ambiente, Mariana Meirelles.
De
acordo com Adulis, a grande questão da Economia Verde é o fechamento do
ciclo. “A única espécie viva que produz lixo é o homem, nenhum outro
animal produz. O grande desafio é fazer com que a gente produza menos
lixo e que o resíduo entre novamente em atividade produtiva, aliviando a
pressão da natureza, por um lado, e, de outro, limpando as nossas
cidades”, afirmou o gerente da Akatu, antes de reforçar que os desafios
para que esse fechamento aconteça são inúmeros. A
secretária do Meio Ambiente levantou a discussão sobre a incineração
como forma de transformar o resíduo em energia. “Esse é um ponto que o
próprío ministério não decidiu ainda”, explica. Já o diretor de
sustentabilidade da Braskem defendeu a criação de certificação como
estímulo à produção verde. “Na década de 1990, o Brasil foi o país que
mais rapidamente adotou a certificação de gestão ambiental. É possível,
mas é preciso um mínimo de estímulo. Penso que o Senai, o Cese podem ser
organizações que podem ajudar nessa questão”, defendeu Soto Fonte:
Daniela Leone - http://www.correio24horas.com.br
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