Lutador capixaba encara o norte-americano Jon Fitch no próximo sábado, dia 13, pelo card principal do UFC Rio 3
Foto: Divulgação
Erick Silva
Ciente de que terá um casca-grossa pela frente, Erick se diz tranquilo e preparado para o que considera o grande teste da carreira até agora. Para o capixaba, chegou a hora de realmente provar que a expectativa em torno da sua evolução na categoria dos meio-médios do Ultimate não é por acaso. Em entrevista, o capixaba falou da preparação para pegar mais um wrestler, dos elogios de Dana White e das provocações que marcaram a semana, com a troca de falas entre ele e Jon Fitch. E garantiu que nada, nem a perda de peso na reta final, lhe tira o foco. "No dia 13, na hora que fechar o octógono, é só nos dois e mais ninguém".
Confira o bate-papo na íntegra:
Você chega ao seu terceiro UFC Rio. É o único que lutará as três edições do evento. Como se sente?
Estou bastante feliz de lutar mais uma vez no Rio de Janeiro. Como da primeira vez, vou lutar ao lado do Anderson e do Minotauro, que são meus maiores ídolos. Estou superpreparado e louco para chegar o dia de entrar no octógono e mostrar o quanto treinei e o quanto estou preparado para o combate.
O Fitch fala de lá, você põe seus pontos fortes de cá. Encara isso como uma troca de provocações?
Eu acho isso normal. Ainda mais do lado americano. Eles tem esse estilo de falar, de promover a luta. A própria mídia faz isso. O público gosta disso. É para dar uma apimentada. Os dois estão preparados. Treinaram bastante para isso. E no dia 13, na hora que fechar o octógono, é só nos dois e mais ninguém.
A torcida será toda sua. Isso aumenta a responsabilidade?
Não digo responsabilidade. Mas sei que vai me ajudar bastante. Vou entrar muito mais empolgado. Tento não levar para esse lado da responsabilidade, de ter que me apresentar bem, para mostrar ao público. Vou me apresentar bem, porque treinei bem. O público vai ajudar, motivando, torcendo, mas não de me bater pressão e ter que ganhar por conta do público. Tenho que ganhar porque me sinto bem para isso.
Você imaginava, em tão pouco tempo, atingir um nível de expectativa tão grande por parte da mídia e dos torcedores?
Não esperava isso. Claro. Na verdade, tudo na minha vida aconteceu meio que por acaso. Graças a Deus, com muito trabalho, treinando bastante, cheguei a esse nível. Tento não me ligar muito nisso, tanto que as vezes, quando as pessoas falam, ainda acho estranho, pois é tudo muito novo. Faço o que tenho que fazer e não ligo muito para repercussão. Mas é bom saber que a galera cria uma expectativa maior comigo.
Você terá pela segunda vez seguida um wrestler. Preparado?
Estou preparado. Estamos treinando isso não é de hoje. Todas as minhas lutas no UFC, treinamos para isso. Treinamos para o cara querer me colocar para baixo. Sempre treinando defesa de queda, porque os adversários não gostariam de trocar comigo. Ele é o cara mais experiente que vou pegar em toda a minha carreira, mas estou bastante confiante e os parceiros de treino me passaram essa confiança. É mais uma luta. Encaro como mais uma luta.
O Dana White te elogiou no começo da semana. Sinal que estão de olho em você...
Falei com o Wallid (empresário e manager). Fiquei muito feliz com o elogio dele. Mas prefiro que me elogiem depois da luta. Quero saber dos elogios depois da luta.
Uma vitória te coloca em qual posição na categoria?
Com certeza no top 10. Mas eu nem faço ideia disso. Tenho certeza que entre os 10 devo ficar. Não quero pensar nisso. Nem em ranking. Me apresentando bem e vencendo as lutas bem, isso vai acontecer naturalmente. É o que quero.
A última semana, de perda de peso, costuma ser a mais dolorida. Como está desta vez?
Estou muito tranquilo. Estamos fazendo um trabalho que vou chegar mais forte na luta. Faltam nove quilos e temos uma semana. Está tudo sob controle e estou muito tranquilo e bem. Não senti fraqueza. Mas essa semana vai apertar um pouco. É normal.
Todas as suas três lutas acabaram no primeiro round. E essa?
A gente treina para os três rounds. E quando surge uma oportunidade, não tem como saber em que round vai acabar a luta. Mas vou entrar como entro sempre. Para decidir a luta. Se sentir a oportunidade, acabo com a luta logo. Mas estou treinado para lutar os três rounds se for preciso.
Mesmo com Anderson Silva e Minotauro no card do UFC Rio, sua luta é uma das mais esperadas, talvez a mais. Como encara isso?
Na verdade, eu vejo todos aguardando essa luta por conta de mim mesmo. Sou um 'prospect' na categoria. Querem saber se podem dar crédito para mim ou não. Muito encaram essa luta como uma futura esperança como cinturão. Todo mundo fala até agora. Mas todo mundo ainda tem aquela interrogação. Por isso essa expectativa. A luta do Anderson vai ser uma luta que ele pegou para salvar o card. Vai lutar contra um cara muito bom, mas não é a categoria dele. Muitos esperam a vitória do Anderson. O Minotauro é uma lenda. Nem precisa falar. Comigo, ainda tem essa dúvida, e querem saber se podem dar um voto de confiança em mim. Essa luta vai me jogar para cima, ou para baixo. Mas estou tranquilo quanto a isso. E louco para chegar logo.
É o seu teste?
Com certeza. O Jon Fitch é o adversário que é um teste para qualquer um. Principalmente para mim que tive três lutas no UFC, duas vitórias rápidas (numa delas, foi desqualificado, mas para o UFC, a vitória, de forma extra-oficial, foi de Erick). E uma tranquila. Como as pessoas dizem. Eles querem ver alguém que realmente tente me enfrentar. O Jon Fitch é esse cara. Independentemente de vencer ele com cinco segundos ou três rounds, as pessoas vão colocar esse crédito em mim. Um nocaute com dez segundos, ou uma vitória por pontos, ninguém vai poder falar nada, porque ele foi top dois na categoria por muito tempo e é um dos tops ainda. Nunca pedi para me dar moleza. Quero fazer essa luta e provar para a galera que estou preparado.
E o seu recado para a torcida brasileira?
Torçam bastante por mim. Fico muito grato por isso. E vou representar muito bem!
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