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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

PARA CONHECIMENTO DE UMA NAÇÃO SEM MEMÓRIA E SEM VERGONHA...

 
AGORA  SE  FAZ  DE  VÍTIMA ...
 
Um  brasileiro  na  guerrilha  do  Araguaia.
 
 Parte do discurso do Coronel Lício Augusto Maciel na Câmara dos Deputados, 
em sessão solene em homenagem aos combatentes mortos no Araguaia, realizada 
no dia 26 Jun 2005.

 "O grupo do Genoíno esquartejou um rapaz de 17 anos no Araguaia! Cortaram 
primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; 
cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram,
 cortaram os dedos, as mãos e, no final, deram a facada que matou João Pereira, de 
17 anos. Pois bem, eles fizeram isso apenas porque o rapaz acompanhou uma patrulha 
do Exército durante 6 horas, para servir de exemplo aos outros moradores, de forma 
que não tivessem contato com o pessoal do Exército ou das Forças Armadas".

 "Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não 
toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma 
bolacha, coisa de que me arrependo hoje."  

 Como participante dos acontecimentos que passo a relatar, fiz apenas um resumo 
dos itens mais perguntados, porque a dissertação será por rememoração dos fatos. 
Para isso, tiro os óculos, a fim de que aqueles que vou citar me olhem bem no 
fundo dos olhos e tenham suficiente coragem de afirmar que tudo o que foi dito 
aqui é a pura verdade -se bem que não há necessidade, porque eles mesmos já 
confirmaram em outras ocasiões.

 Genoíno, aquele rapaz foi esquartejado!

 Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: "Pô, meu amigo, tu és um cara 
importante desse negócio aí, hein?" E mandei o Genoíno para Xambioá, onde foi 
recolhido ao xadrez e, posteriormente, enviado a Brasília. Três ou quatro dias 
depois, não me lembro, veio a confirmação da identificação: o guerrilheiro 
Geraldo era o José Genoino Neto. 

 Triste notícia veio depois. O grupo do Genoíno prendeu um filho do Antônio 
Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, 
a quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não 
queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho, que 
tinha a mesma idade. Eu dissera ao João: "Não quero levar o seu filho". Eu sabia 
das implicações, ou já desconfiava. Mas o pobre coitado do rapaz nos seguiu 
durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos 
aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros 
do José Genoíno pegaram o rapaz e o esquartejaram.

 Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!
 
 Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do 
pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram 
a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! 
Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio 
Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. 
Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos e, no final, deram a facada que 
matou João Pereira. Pois bem, eles fizeram isso apenas porque o rapaz nos 
acompanhou durante 6 horas. Para servir de exemplo aos outros moradores, de 
forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.

 Foi o crime mais hediondo de que já soube. Nem na Guerra da Coréia ou na do 
Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente PM 
Alberto Mendes Júnior. Esse Tenente PM se oferecera voluntariamente para 
substituir dois subordinados que estavam feridos, capturados pela guerrilha do 
Lamarca. Lamarca pegou o rapaz, castrou-o, obrigou-o a engolir os órgãos genitais 
e trucidou-o.
 
 Pois o crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. 
E eles sabem disso. Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! 
Tenham a coragem de reconhecer, pois toda a Xambioá sabe disso!

 
 
 

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