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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Delegado Fabiano Contarato suspeita que comanda tenha sido fraudada, já que não há registro de consumo nem de água por parte do coronel

Polícia apreende computadores de boate onde coronel estava antes de dar carteirada em blitz




Bernardo Coutinho
A Polícia Civil recolheu nesta quarta-feira (6) os computadores da boate onde o tenente-coronel da PM José Dirceu Pereira, acusado de intimidar policiais durante uma blitz no dia 13 de outubro, esteve antes de ser parado. De acordo com o delegado de Delitos de Trânsito, Fabiano Contarato, o objetivo é descobrir se ele ingeriu bebida alcoólica e se a informação foi apagada do computador. Os equipamentos serão analisados por peritos.

Na última sexta-feira (1),  o coronel apresentou uma comanda de consumação da boate que comprovaria que não houve consumo de bebida.  No entanto, o delegado estranhou o fato de não haver registro do consumo de nenhum tipo de líquido.

"Estranho o fato do tenente-coronel ter passado um bom tempo dentro do estabelecimento e não ter consumido nenhum tipo de bebida, nem mesmo água. Solicitei à boate as comandas das vezes em que ele esteve no local, nos meses de setembro e outubro, e, nesses dias, há registros de consumo de bebida alcoólica", afirmou o delegado na semana passada.

O delegado também afirmou que mesmo que os computadores não acusem o consumo de bebida alcoólica, isso não quer dizer que ele não tenha bebido. "Ele pode ter consumido na comanda de outra pessoa", comentou.

Abuso de autoridade 

Na época da abordagem, um dos policiais que participavam da blitz chegou a dizer, em ligação telefônica para o Ciodes, que o tenente estaria "chapadão". Em depoimento, o tenente-coronel José Dirceu afirmou que os policiais que trabalhavam na blitz não solicitaram a realização de teste do bafômetro e negou ter bebido.

No vídeo gravado durante a blitz, o coronel usa as expressões "você não me conhece?" e "você sabe que eu sou coronel, né?", apontando o dedo para o policial durante a abordagem. Ele também se recusou a apresentar a carteira de habilitação e o documento do carro, um Corolla prata, e entregou apenas a identidade. Além disso, deixou a blitz antes da autorização dos policiais e foi embora (veja abaixo).



Coronel deve depor na sexta-feira (8)

O depoimento do tenente-coronel ao delegado Contarato estava marcado para a última segunda-feira (4), mas foi adiado porque o oficial estava de licença médica. Ele deve ser ouvido na próxima sexta-feira (8).

O delegado também expediu um novo ofício para interrogar o comandante do Batalhão de Trânsito, o sub-comandante, o oficial do Ciodes que atendeu a ligação quando foi solicitado o cancelamento da ocorrência e também da telefonista que inseriu a ocorrência que foi cancelada. Registros do Ciodes mostram que, a pedido de um major, a ocorrência dos policiais sobre o abuso de autoridade do coronel José Dirceu foi cancelada horas depois da blitz.

Coronel pode responder por três crimes

Segundo Contarato, a lei penal prevê punição para desacato entre servidores públicos, mesmo quando o desacatado tem, hierarquicamente, posição inferior a de quem o desacatou. “Pelas imagens registradas, o sargento estava no exercício da função quando o oficial se referiu a ele com xingamento e o desacatou”, diz o delegado.

Também teria sido registrado crime de resistência, quando o tenente-coronel, na visão do delegado, se recusou a entregar os documentos do carro que dirigia e também sua carteira de habilitação ao policial, e ainda disse ao sargento: “Você sabe que eu sou coronel, né?”.

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